MANIFESTO
DA CÁTEDRA LIVRE E MULTIVERSITÁRIA DE FILOSOFIA, ARTE, DIREITO
ANO CLARICE LISPECTOR (2008)
Do
que se trata é:
1)
de libertar,
libertar-se e libertarmos (d)as cátedras universitárias, que em nome de
supostas verdades se apoderam perversa e disfarçadamente de nossas
sensibilidades, realizando a mais cruel biopolítica dos corpos e afetos. Deste
modo, aparecem as cátedras universitárias como instrumento da dominação
governamental, donde, como catedráticos, a nossa recusa em permanecer no jogo
sujo do controle de mentes por conceitos e preconceitos, praticado por máfias
de delinqüentes acadêmicos, muitas vezes através de reivindicações morais, como
se fossem verdades – duplo falso vínculo;
2)
de encontrar
os saberes que circulam nas ruas, nos terreiros e quintais de comunidades
excluídas desde tempos imemoriais, nos bares, nas quadras esportivas
transformadas para o Carnaval, nos leitos e nos
peitos (com saudável saudade do saber e do sabor da primeira mamada);
3)
de revisitar
Artaud e seus duplos, seu Teatro da Crueldade, seu Suicidado da
Sociedade, através de experiências como as do Teatro Oficina de Zé Celso
Martinez Correa ou o cinema de Luiz Alencar, para o encontro radical com os
outros pela dor e o ódio, descobrindo-os em si próprio e a si mesmo, neles e
por eles: a ginástica emocional como prática de vida compartilhada;
4)
de fugir da
estereotipização kitsch dos lugares comuns para ir abrindo os caminhos da
autonomia
O
que queremos:
5)
fusão cósmica de corpos, materiais, sensações, vivências, sem exclusão da
morte;
6)
espaços, reais e virtuais, para práticas (auto)educativas revolucionárias, por
voltadas para a intensificação
da qualidade de nossas vidas humanas, experimentando mais e mais, infinitamente mais o que nos oferece
essa possibilidade de ser: uma pedagogia baseada em toda uma outra concepção do ensinar, aprendendo sem que ninguém
ensine, mas por uma ajuda mútua para o
aprendizado, pela generosa troca de saberes, a fim de romper com a burrice da erudição como fim em si
mesma.
7)
saberes inventados, produzidos nos campos e nas ruas, muitas vezes revelados
pela indignação e violência dos arruaceiros - e
não simplesmente achados ou descobertos, para em seguida serem pasteurizados e mumificados em
conceitos, pois deles não estão tirando proveito nem sequer os
próprias produtores, ao não serem reconhecidos e nem se reconhecerem como tais;
8)
propor uma experiência de universidade que deixa de ser unicamente aquela
construída entre as 4 paredes sólidas de
salas de aulas, institutos, laboratórios e departamentos, em um campus bem demarcado, para que ela se
pulverize capilariamente por todos os lugares em que ela se deixe penetrar: uma universidade nômade, como um
circo mambembe , teatro de arena, ou
cabaré mágico, da rua, dos bares, dos lares, dos campos e mares.
Um
duolírio matutino de LAW e WSGF para quem quiser aderir (e ampliar).
Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2007.
Caro Willis, e lá se vão 5 anos, em tempos de revoluções à velocidade da luz e nossas universidades continuam no medievo das fogueiras e da caça às bruxas... Mudanças já! Também aquela do Gilberto Gil do deus Mu-dança...
ResponderExcluirBoas Sortes.
Abrax.
Belmiro.
A gestão do Willis terá certamente o caráter libertário e interdisciplinar de toda a sua obra. Sucesso!
ResponderExcluirAbraços,
Maria Francisca
Sucesso Willis!
ResponderExcluirGrande abraço,
Vanessa Hasson